Páginas

sábado, 21 de setembro de 2013

Proclamação da República no Brasil

O IMAGINÁRIO REPUBLICANO E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Após o termino da Guerra do Paraguai(1865-1870), surge no Brasil movimento  republicano. A medida em que as leis do governo são feitas para libertar os escravos  como a lei do Ventre livre(1871), Lei do Sexagenários(1885), as relações políticas com os proprietários de escravo começa a ficar abalada, os cafeicultores paulistas começam a ficar contra o império. Para os proprietários de escravo e cafeicultores paulistas isso significa uma intromissão do Estado nas relações entre os senhores de escravos.
Essas leis não eram bem recebidas pelos senhores de escravo, pois dava aos escravos e abolicionistas um apoio para que eles contentassem lutando pela abolição dos escravos.
Os fazendeiros que possuíam grande quantidades de escravos queria que o governo pelo menos indenizasse os escravos alforriados, mas o movimento republicano não previa isso, muitos senhores de escravos então rompe definitivamente com o Império. E o Movimento republicano ganha força maior principalmente em São Paulo onde detêm um grande numero de fazendeiros com enormes escravos em suas fazendas cafeeiras. 
 O movimento republicano ganha mais força após a assinatura da Lei Áurea (lei que extinguia a escravidão no Brasil), assinada pela princesa Isabel.
O Partido Republicano Paulista que tinha sido fundado na convenção de Itu, São Paulo, em 18 de abril de 1873 com ricos fazendeiros de café de São Paulo contava com seguidores no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Ro Grande do Sul.
IGREJA CATOLICA
Os maçons criticavam as relações que uniam o Estado e a Igreja Católica, entendendo que era preciso discuti a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas, e fiscalizar o dinheiro que era concedido pelo império à igreja e o salários pagos aos padres. D Pedro II então começou a pedir que os bispos começasse a repassar um balancete para o Império, D. Pedro II que era Maçom mandou prender os bispos depois que esses se negaram a obedecer as ordem imperiais, os bispos foram condenados quatro anos de prisão, em 1875 os bispos foram soltos, mas a Igreja Católica não mantinha mais uma relação harmoniosa com o Império Brasileiro. Muitos bispos já cogitavam o fim do império.

A QUESTÃO MILITAR
            Após a Guerra do Paraguai o Exército Brasileiro tinha ganhado uma grande importância, a população olhava com admiração o exercito pela vitória contra o inimigo, mas o governo brasileiro não reconhecia com muita importância os feitos, feito pelo exercito durante a guerra. O Império Brasileiro nunca tinha precisado do exercito para se manter no poder, sendo que a  ordem interna era feita pela guarda nacional (espécie de policia). O poder civil sempre tinha sido maior do que a dos militares, muitos militares eram punidos em defender a abolição ou por expressar suas opiniões pela imprensa. Foi em 1886 quando o Marechal Deodoro da Fonseca recusou em punir alguns oficiais do Exército que se manifestaram publicamente sobre temas políticos que a situação ficou pior. Deodoro da Fonseca que era o comandante militar do Rio Grande do Sul foi demitido pelo presidente do conselho de Ministros.

OS ABOLICIONISTAS
            Os abolicionistas principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro publicavam vários manifestos em favor da abolição, os intelectuais defendiam o fim da escravidão, eles não tinham nada a perder com fim da abolição, muitos deles já tinham dado alforria a seus escravos, formavam-se entre amigos abolicionistas contribuições para arrecadar dinheiro para comprar escravos e alforriá-los, dando a eles a Carta de alforria.
A carta de alforria era um documento através do qual o proprietário de um escravo rescindia dos seus direitos de propriedade sobre o mesmo. O escravo liberto por esse dispositivo era habitualmente chamado de negro forro.

CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO FRANCESA
Em 1889, a França comemorava o centenário da Revolução Francesa (1789) e, nas comemorações em Paris, o Brasil era a única monarquia presente, mas no exterior o Brasil não era considerado uma monarquia absoluta, pela forma de governo de D. Pedro II.

D. PEDRO II  X  UM FRANCÊS NO TRONO DO BRASIL.
            D. Pedro II era o segundo Imperador do Brasil, e já estava com certa idade, pois sabia que após a morte dele alguém deveria de assumir o Império Brasileiro, a população gostava de D. Pedro, mas sabia também que ele não possuía filhos, somente filhas, Nesse sentido, era voz corrente, na época, que não haveria um terceiro reinado, ou seja, a monarquia não continuaria a existir após o falecimento de dom Pedro II, seja devido à falta de legitimidade do próprio regime monárquico, seja devido ao repúdio público ao príncipe consorte, marido da princesa Isabel, o francês Conde D'Eu. O conde tinha fama de arrogante, não ouvia bem, falava com sotaque francês e, além de tudo, era dono de cortiços no Rio, pelos quais cobrava aluguéis exorbitantes de gente pobre. Temia-se que, quando Isabel subisse ao trono por ser a filha mais velha o Conde D´EU assumiria o governo Brasileiro, a população brasileira não queria um estrangeiro dando ordens no Brasil.

A  REPÚBLICA
A República brasileira foi comumente planejada em um conluio envolvendo os militares do Rio Grande do Sul, os cafeicultores paulistas e alguns outros políticos liberais.
O golpe foi planejado para o dia 20 de novembro, Os conspiradores dirigiram-se à residência do Marechal Deodoro, que estava doente, e acabam por convencê-lo a liderar o movimento. O Marechal era amigo pessoal de D. Pedro II e, nem republicano era, mas acabou aceitando.

A Proclamação da República
Convencido de que seria preso pelo governo imperial, Deodoro saiu de sua residência ao amanhecer do dia 15 de Novembro, atravessou o Campo de Santana e, do outro lado do parque, conclamou os soldados do batalhão ali aquartelado, onde hoje se localiza o Palácio Duque de Caxias, a se rebelarem contra o governo. Oferecem um cavalo ao marechal, que nele montou, e, segundo testemunhos, tirou o chapéu e proclamou "Viva a República!". Depois apeou, atravessou novamente o parque e voltou para a sua residência. A manifestação prosseguiu com um desfile de tropas pela Rua Direita, atual rua 1º de Março, até o Paço Imperial.
Marechal Deodoro da Fonseca, só aceitou o cargo de primeiro governante para não subjugar o exército, ao qual era importante membro, à Guarda Nacional, acabou sendo um “ditador”, cargo nunca exercido por D. Pedro II.
Dava-se assim o fim do único Império que existiu na América, o Império do Brasil, e começava a ser escrita uma nova história, que dura até os dias atuais, com a República Brasileira.

A CONSTRUÇÃO DE UM HERÓI BRASILEIRO
            Com a proclamação da república se começa a pensar em uma figura para simbolizar a imagem da república, se pensa em escolher o Marechal Deodoro da Fonseca para personificar a imagem da república, mas por ter uma barba comprida e ser semelhante a de D. Pedro II logo se descarta a figura do Marechal que proclamou a republica, mas logo aparece a figura de Tiradentes, Tiradentes atende os anseios políticos.
Tiradentes representa a nação, uma vez que ele era de Minas Gerais, região próspera e centro do Brasil na época, em oposição ao Nordeste decadente de Frei Caneca. A forma como foi representada sua morte é que tem o apelo popular forte, pois é visto como uma vítima, ao contrário de Frei Caneca que morreu como rebelde.
Tiradentes, naquele período, ainda estava presente no imaginário popular, na literatura e na arte. Sua imagem era o elemento de interligação ou aproximação na luta pela liberdade do Brasil.
A população não se lembrava do rosto de Tiradentes, o governo logo providenciou um. Fizeram um rosto parecido com a de Cristo, um rosto com apelo a cristianização, e assim começou a construção de um herói para a república.

Referências bibliográficas
A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. José Murilo de Carvalho. São Paulo: Companhia da Letras,1990
Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. José Murilo de Carvalho. São Paulo: Companhia da Letras,1987
Cotrim, Gilberto, 1955 – Historia Global – Brasil e Geral – Volume único / Gilberto Cotrim. – 8 .ed. – São Paulo; Saraiva, 2005
História: o logo século XIX, volume 2 / Ronaldo Vainfas... – São Paulo: Saraiva, 2010


Nenhum comentário:

Postar um comentário