O IMAGINÁRIO REPUBLICANO E A
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Após o termino da Guerra do Paraguai(1865-1870),
surge no Brasil movimento republicano. A
medida em que as leis do governo são feitas para libertar os escravos como a lei do Ventre livre(1871), Lei do
Sexagenários(1885), as relações políticas com os proprietários de escravo
começa a ficar abalada, os cafeicultores paulistas começam a ficar contra o império.
Para os proprietários de escravo e cafeicultores paulistas isso significa uma
intromissão do Estado nas relações entre os senhores de escravos.
Essas leis não eram bem recebidas pelos senhores de
escravo, pois dava aos escravos e abolicionistas um apoio para que eles
contentassem lutando pela abolição dos escravos.
Os fazendeiros que possuíam grande quantidades de
escravos queria que o governo pelo menos indenizasse os escravos alforriados,
mas o movimento republicano não previa isso, muitos senhores de escravos então
rompe definitivamente com o Império. E o Movimento republicano ganha força
maior principalmente em São Paulo onde detêm um grande numero de fazendeiros
com enormes escravos em suas fazendas cafeeiras.
O movimento
republicano ganha mais força após a assinatura da Lei Áurea (lei que extinguia
a escravidão no Brasil), assinada pela princesa Isabel.
O Partido Republicano Paulista que tinha sido fundado
na convenção de Itu, São Paulo, em 18 de abril de 1873 com ricos fazendeiros de
café de São Paulo contava com seguidores no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e
no Ro Grande do Sul.
IGREJA CATOLICA
Os maçons criticavam as relações que uniam o Estado e
a Igreja Católica, entendendo que era preciso discuti a obrigatoriedade do
ensino religioso nas escolas, e fiscalizar o dinheiro que era concedido pelo
império à igreja e o salários pagos aos padres. D Pedro II então começou a
pedir que os bispos começasse a repassar um balancete para o Império, D. Pedro
II que era Maçom mandou prender os bispos depois que esses se negaram a
obedecer as ordem imperiais, os bispos foram condenados quatro anos de prisão,
em 1875 os bispos foram soltos, mas a Igreja Católica não mantinha mais uma
relação harmoniosa com o Império Brasileiro. Muitos bispos já cogitavam o fim
do império.
A QUESTÃO MILITAR
Após a Guerra do Paraguai o Exército
Brasileiro tinha ganhado uma grande importância, a população olhava com
admiração o exercito pela vitória contra o inimigo, mas o governo brasileiro
não reconhecia com muita importância os feitos, feito pelo exercito durante a
guerra. O Império Brasileiro nunca tinha precisado do exercito para se manter
no poder, sendo que a ordem interna era
feita pela guarda nacional (espécie de policia). O poder civil sempre tinha
sido maior do que a dos militares, muitos militares eram punidos em defender a
abolição ou por expressar suas opiniões pela imprensa. Foi em 1886 quando o
Marechal Deodoro da Fonseca recusou em punir alguns oficiais do Exército que se
manifestaram publicamente sobre temas políticos que a situação ficou pior.
Deodoro da Fonseca que era o comandante militar do Rio Grande do Sul foi
demitido pelo presidente do conselho de Ministros.
OS ABOLICIONISTAS
Os abolicionistas principalmente em
São Paulo e Rio de Janeiro publicavam vários manifestos em favor da abolição,
os intelectuais defendiam o fim da escravidão, eles não tinham nada a perder
com fim da abolição, muitos deles já tinham dado alforria a seus escravos,
formavam-se entre amigos abolicionistas contribuições para arrecadar dinheiro
para comprar escravos e alforriá-los, dando a eles a Carta de alforria.
♦ A carta de alforria era
um documento através do qual o proprietário de um escravo rescindia
dos seus direitos de propriedade sobre o mesmo. O escravo liberto por esse dispositivo era habitualmente chamado de negro forro.
CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO FRANCESA
Em 1889, a França comemorava o centenário da
Revolução Francesa (1789) e, nas comemorações em Paris, o Brasil era a única
monarquia presente, mas no exterior o Brasil não era considerado uma monarquia
absoluta, pela forma de governo de D.
Pedro II.
D. PEDRO II X UM FRANCÊS NO TRONO DO BRASIL.
D. Pedro II era o segundo Imperador
do Brasil, e já estava com certa idade, pois sabia que após a morte dele alguém
deveria de assumir o Império Brasileiro, a população gostava de D. Pedro, mas
sabia também que ele não possuía filhos, somente filhas, Nesse sentido, era voz corrente, na época, que não
haveria um terceiro reinado, ou seja, a monarquia não continuaria a existir
após o falecimento de dom Pedro II, seja devido à falta de legitimidade do
próprio regime monárquico, seja devido ao repúdio público ao príncipe consorte, marido da princesa Isabel, o francês Conde D'Eu. O conde tinha fama
de arrogante, não ouvia bem, falava com sotaque francês e, além de tudo, era
dono de cortiços no
Rio, pelos quais cobrava aluguéis exorbitantes de gente pobre. Temia-se que, quando
Isabel subisse ao trono por ser a filha mais velha o Conde D´EU assumiria o
governo Brasileiro, a população brasileira não queria um estrangeiro dando
ordens no Brasil.
A REPÚBLICA
A República brasileira foi comumente planejada em um
conluio envolvendo os militares do Rio Grande do Sul, os cafeicultores
paulistas e alguns outros políticos liberais.
O golpe foi planejado para o dia 20 de novembro, Os conspiradores dirigiram-se à residência do Marechal
Deodoro, que estava doente, e acabam por convencê-lo a liderar o movimento. O
Marechal era amigo pessoal de D. Pedro II e, nem republicano era, mas acabou
aceitando.
A Proclamação da
República
Convencido de que seria preso pelo
governo imperial, Deodoro saiu de sua residência ao amanhecer do dia 15 de
Novembro, atravessou o Campo de Santana e,
do outro lado do parque, conclamou os soldados do batalhão ali aquartelado,
onde hoje se localiza o Palácio Duque de Caxias, a se rebelarem contra o
governo. Oferecem um cavalo ao marechal, que nele montou, e, segundo
testemunhos, tirou o chapéu e proclamou "Viva a República!". Depois
apeou, atravessou novamente o parque e voltou para a sua residência. A
manifestação prosseguiu com um desfile de tropas pela Rua Direita, atual rua 1º
de Março, até o Paço Imperial.
Marechal
Deodoro da Fonseca, só aceitou o
cargo de primeiro governante para não subjugar o exército, ao qual era
importante membro, à Guarda Nacional, acabou sendo um “ditador”, cargo nunca exercido por D. Pedro II.
Dava-se assim o fim do único Império que existiu na
América, o Império do Brasil, e começava a ser escrita uma nova história, que
dura até os dias atuais, com a República Brasileira.
A CONSTRUÇÃO DE UM HERÓI BRASILEIRO
Com a proclamação da república se
começa a pensar em uma figura para simbolizar a imagem da república, se pensa
em escolher o Marechal Deodoro da Fonseca para personificar a imagem da
república, mas por ter uma barba comprida e ser semelhante a de D. Pedro II
logo se descarta a figura do Marechal que proclamou a republica, mas logo
aparece a figura de Tiradentes, Tiradentes atende os anseios políticos.
Tiradentes representa a nação, uma vez
que ele era de Minas Gerais, região próspera e centro do Brasil na época, em
oposição ao Nordeste decadente de Frei Caneca. A forma como foi representada
sua morte é que tem o apelo popular forte, pois é visto como uma vítima, ao
contrário de Frei Caneca que morreu como rebelde.
Tiradentes, naquele período, ainda estava presente no
imaginário popular, na literatura e na arte. Sua imagem era o elemento de
interligação ou aproximação na luta pela liberdade do Brasil.
A população não se lembrava do rosto de
Tiradentes, o governo logo providenciou um. Fizeram um rosto parecido com a de
Cristo, um rosto com apelo a cristianização, e assim começou a construção de um
herói para a república.
Referências
bibliográficas
A formação das almas: o imaginário da República no
Brasil. José Murilo de Carvalho. São Paulo: Companhia da Letras,1990
Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que
não foi. José Murilo de Carvalho. São Paulo: Companhia da Letras,1987
Cotrim, Gilberto, 1955 – Historia Global – Brasil e
Geral – Volume único / Gilberto Cotrim. – 8 .ed. – São Paulo; Saraiva, 2005
História: o logo século XIX, volume 2 / Ronaldo
Vainfas... – São Paulo: Saraiva, 2010
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