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sábado, 21 de setembro de 2013

Revolução Inglesa

REVOLUÇÃO INGLESA

MONARQUIA ABSOLUTISTA INGLESA
            A Revolução Inglesa tem inicio em 1642 e vai até 1689, é o período onde aparecem as primeiras grandes transformações nas estruturas políticas e sociais que caracteriza as sociedades européias.
            O absolutismo inglês teve inicio com o rei HenriqueVII (1457-1509), fundador da dinastia dos Tudor. Ele assume o trono no final da Guerra das duas rosas (1455-1485), conflito provocado por disputas pelo trono inglês entre duas poderosas famílias da nobreza , os Lancaster e os York, grandes proprietários de terras. A guerra das duas rosas ficou assim conhecida porque os Lancaster tinham no brasão de família uma rosa vermelha, e os Yorks, uma rosa branca.

DINASTIA DOS TUDOR:
            Henrique Tudor, tinha laços com os Lancaster  com os Yorks, subiu ao trono como Henrique VII e implantou o absolutismo. Conseguindo assim a pacificação do país. Seus herdeiros Henrique VIII e Elizabeth I ampliaram os poderes da monarquia Inglesa.  

ROMPIMENTO COM A IGREJA CATOLICA E FUNDAÇÃO DA IGREJA ANGLICANA
            Henrique VIII rompe com o Papa e funda a Igreja Anglicana. Com esse rompimento todos os bens da igreja católica como terras, igrejas, capelas, mosteiros, conventos e tudo mais que pertencia a igreja católica passa agora a pertencer a igreja Anglicana.
            Elizabeth I (1533-1603) fortaleceu ainda mais o absolutismo monárquico inglês e colaborou ativamente para o crescimento do país. Em seu reinado, teve inicio a expansão colonial inglesa, com a colonização da América do Norte e o apoio aos atos de pirataria contra navios espanhóis.

DINASTIA TUDOR
            A dinastia Tudor governou a Inglaterra de forma absoluta, durante o século XVI, com o apoio da burguesia e da pequena nobreza rural (conhecida pela palavra inglesa gentry), pois seus interesses estavam em relativa harmonia. A gentry explorava a terra com fins lucrativos, ao contrario do que ocorrera entre a nobreza no antigo sistema feudal.

Gentry – nobreza rural

INTERRESES DESSES DOIS GRUPOS – MONARQUIA E GENTRY
- A centralização do poder político, que garantia a ordem social.
- A uniformização da moeda, do sistema de pesos e medidas e das tarifas, que facilitava o comércio.
- A permissão conhecida aos corsários (piratas vinculados à Coroa) para atacar navios inimigos, possibilitando o acesso a diversos produtos, principalmente metais preciosos.
- O incentivo dado à expansão marítima e comercial, que favorecia o crescimento capitalista.

A IGREJA ANGLICANA
            A Igreja Anglicana, controlada pelo Estado, também participava desse jogo de interesses: mantinha nas cerimônias a forma ritual católica (liturgia, hierarquia sacerdotal etc,), mas destacava o conteúdo calvinista da religião protestante.
            A ética religiosa calvinista era mais adequada aos valores burgueses em ascensão nesse período, uma fez que estimulava o trabalho metódico, a eficiência, a poupança e a acumulação de riquezas e legitimava o lucro.
FIM DA DINASTIA TUDOR
            Com a morte de Elizabeth I a dinastia Tudor chega ao seu fim, sem ter feito descendentes o trono inglês passa a seu primo Jaime, Rei da Escócia (1566-1625), quês e tornou soberano dos dois paises com o titulo de Jaime I em 1603, inaugurando a dinastia dos Stuart, na Inglaterra e no País de Gales.




DINASTIA TUDOR
            Os Stuart também irão querer exercer o poder absolutista “de direito”, mas os membros do Parlamento inglês não aceita, pois ia contra os interesses dos membros do Parlamento, pois era essa instituição que de acordo com a Magna Carta de 1215, detinha o poder “de direito”
            Pois nesse momento o absolutismo tornou-se incômodo aos interesses da burguesia e da gentry, que dominavam o Parlamento.
            Esses dois grupos (burguesia e gentry), perceberam que os amplos poderes do rei e sua intervenção nos assuntos econômicos poderiam atrapalhar seus negócios. Então os Stuart entraram em choque com o Parlamento: o rei lutava pelo poder absoluto, e a maioria dos parlamentares defendia a limitação jurídica do poder real.

O REI E A IGREJA ANGLICANA
            Essa luta pelo poder entre monarquia e Parlamento teve reflexos no campo religioso. Para conseguir o apoio da nobreza católica tradicional, o rei estabeleceu, por meio de uma severa legislação religiosa, que a Igreja Anglicana deveria valorizar a forma litúrgica católica, em vez do conteúdo calvinista. A burguesia, fiel aos princípios calvinistas, ficou ainda mais descontente, dando origem, então, a novas vertentes religiosas

PURITANOS
            Os calvinistas ingleses, chamados de puritanos, queriam uma igreja desligada do poder do Estado, na qual os bispos não fossem nomeados pelo rei, cada igreja (templo) seria dirigida por um pastor indicado pelo conselho dos membros mais idosos da igreja (presbíteros).

PARLAMENTO X REI
            Em 1628, o Parlamento inglês solicitou formalmente, por meio da petição de Direitos que o rei não poderia criar impostos, nem convocar o exercito, nem mandar prender pessoas sem prévia autorização parlamentar. No ano seguinte, o sucessor de Jaime I, Carlos I (1600-1649), reagiu a essa petição, fechando o Parlamento e perseguindo os lideres políticos que lhe faziam oposição.
            Em 1640, Carlos I viu-se obrigado a convocar o Parlamento, a fim de conseguir recursos financeiros para combater uma revolta escocesa contra seu governo. Uma vez reunidos, os parlamentares tomaram novamente uma série de medidas limitando o poder do rei. Decretaram, por exemplo, uma lei que proibia o monarca de dissolver o Parlamento e tornava obrigatória a convocação do órgão pelo menos uma vez a cada três anos.
            Esses acontecimentos agravaram ainda mais o conflito entre o rei e o Parlamento, desencadeando o inicio da Revolução Inglesa.


PROCESO REVOLUCIONÁRIO
            A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro partes:

- GUERRA CIVIL (1642-1648);
- REGIME REPUBLICANO (1649-1659);
- RESTAURAÇÃO DA MONÁRQUIA(1660-1688);
- REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688-1689);

GUERRA CIVIL E A MORTE DO REI
            Irritado com a oposição parlamentar, Carlos I mandou sua guarda invadir a sede do Parlamento e prender seus principais lideres. Estes, por sua vez, organizaram tropas para lutar contra as forças do rei. Teve assim a guerra civil.
            Na divisão das forças em conflito, estavam do lado do rei, principalmente, a nobreza anglicana e a católica. Do outro lado do Parlamento estavam, basicamente a burguesia , a gentry, os Yeomen (pequenos e médios proprietários rurais), os camponeses e os pobres.
            As tropas do Parlamento foram lideradas por Oliver Cromwell, que organizou um novo modelo de exército (O NEW MODEL ARMY), cujos postos de comando eram conquistados por merecimento militar e não mais pela origem da família, como ocorria no exército organizado pelo monarca. A adoção desse critério estimulou os combatentes, contribuindo para o fortalecimento das tropas de Oliver.
            A guerra civil chegou ao fim com a vitória das tropas do Parlamento. O rei Carlos I foi preso e condenado à morte, sendo decapitado em 30 de janeiro de 1649.

REGIME REPUBLICANO
            Após esmagar as oposições, Oliver Cromwell instalou na Inglaterra o regime republicano, comandando o país de 1649 a 1658.  O regime ditatorial aplicado por ele ficou conhecido como protetorado. Entre os acontecimento que marcaram esse período, destacam-se:
- Formação da Comunidade Britânica (1651) – Inglaterra, Irlanda e Escócia foram unificaos numa só republica ( a Comunidade Britânica), sob o comando de Cromwell.
- Ato de Navegação (1651) – por esse decreto, Oliver Cromwell determinou que todas as mercadorias importadas ou exportadas pela Inglaterra deveriam ser transportadas em navios ingleses ou em navios dos paises produtores das mercadorias. Seu objetivo era fortalecer o desenvolvimento da marinha inglesa e dominar o transporte marítimo mundial.
- Guerra contra os Holandeses – os holandses declararam guerra contra a Inglaterra por causa do ato de navegação, pois a Holanda era o maior país em transporte marítimo, principalmente no transporte de açúcar para a Inglaterra. A Inglaterra vence a guerra e se torna a maior potencia naval do mundo.
- Estabelecimento do título de Lorde Protetor (1653) – Oliver assumiu o titulo de Lorde Protetor da Comunidade Britânica. Seu cargo tornou-se vitalício e hereditário.

            Após  a morte de Oliver (1658), seu filho Ricard, assumiu o poder, dando continuidade ao governo republicano.

RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA:
            Ricardo não tinha a mesma habilidade política e administrativa de seu pai. Assim manteve-se no poder por apenas oito meses, sendo deposto pelos principais chefes militares, que agiam em sintonia com o Parlamento.


A VOLTA DO STUART AO PODER
            O Parlamento decidiu, então, restaurar a dinastia dos Stuart, convidando Carlos II a assumir o trono britânico. O rei, entretanto, deveria governar sob o domínio político do Parlamento.
            O período da restauração dos Stuart estendeu-se pelos reinados de Carlos II (1660-1685) e de seu irmão, Jaime II (1685-1688).

REVOLUÇÃO GLORIOSA – O FIM DO ABSOLUTISMO
            Durante seu governo, Jaime II tentou restabelecer o absolutismo e ampliar a influência do catolicismo. Isso gerou novos conflitos entre os grupos sociais que apoiavam o Parlamento e os que apoiavam a monarquia e desejavam o absolutismo.
            A maioria do Parlamento decidiu, então, tirar do poder o rei Jaime II. Para isso, estabeleceu um acordo com o príncipe holandês Guilherme de Orange (casado com Maria Stuart, filha de Jaime II): ele assumiria o trono inglês, com a condição de respeitar os poderes do Parlamento.
            A batalha entre os soldados de Guilherme de Orange e as tropas de Jaime II ficou conhecida como Revolução Gloriosa (1688-1689), que culminou com a derrota do monarca inglês.

GUILHERME ASSUME O TRONO INGLÊS
            Com o titulo de Guilherme III, Orange assumiu o trono Britânico. Teve entretanto, de assinar a Declaração de Direitos (Bill of Rights), que limitava seus poderes em vários aspectos. O rei não poderia, por exemplo, suspender lei alguma, nem aumentar impostos sem aprovação do Parlamento. Estabelecia-se assim, a superioridade do Parlamento sobre a vontade do rei: era o fim do absolutismo na Inglaterra.





Bill of Rights -   significa  uma  carta de Declaração de direitos dada
                          ao Parlamento onde assegura o poder do Parlamento.

             Após a Revolução Gloriosa, o Parlamentarismo como sistema de governo estabeleceu-se definitivamente na Inglaterra, que se tornou, assim, uma monarquia parlamentar, para caracterizar a nvoa condição do monarca inglês, tornou-se costume dizer na época, que o “O REI REINA, MAS NÃO GOVERNA”

CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO

- Fim do absolutismo na Inglaterra – o poder do rei passou a ser limitado pelo Parlamento. Desenvolvia assim, o Estado liberal, baseado em três poderes equilibrados: Legislativo, Executivo e Judiciário.

- Avanço Capitalista – a Inglaterra rompeu definitivamente com o sistema feudal e abriu espaço para o avanço do capitalismo, promovendo medidas como a transformação da estrutura agrária, a modificação das relações trabalhistas no campo e o aperfeiçoamento das técnicas de produção. Estabeleceu-se um acordo político e econômico entre a burguesia das cidades e a natureza rural, o que promoveu o crescimento econômico inglês. O país tornou-se a maior potência comercial da época, lançando as bases para o desenvolvimento do capitalismo industrial.

- Tolerância religiosa – os ingleses passaram a desfrutar de mais liberdade religiosa que outros europeus. Embora o anglicanismo predominasse, ao catolics e outros protestantes era permitido celebrar seus cultos. Na mesma época, na maioria dos reinos e principados europeus, só era permitida a pratica de uma religião, de acordo com o principio expresso por Bossuet: “Um rei, uma fé, uma lei”

- Liberdade de expressão política e filosófica – a monarquia parlamentar proporcionou maior liberdade de expressão política e filosófica, fazendo com que o regime inglês fosse admirado, no século XVIII, por intelectuais liberais de várias regiões da Europa, a exemplo do filósofo francês Voltaire.






2 comentários:

  1. É muito interessante esta história de intrigas entre a família York e a família Lancaster. Não é a toa que inspirou Game of Thrones...
    Se trata de uma séria de intrigas que inicia com o fraco rei Henrique VI, que recebe um forte apoio e vence Ricardo de York. Depois o filho, Eduardo de York vinga o pai, tomando o trono e mantendo o antigo rei cativo, com o apoio de um barão que era conhecido como "fazedor de reis", o Barão de Wareick. E por aí vai...
    A história da Guerra das Rosas parece que foram uma longa série de batalhas pelo poder travadas entre a família Lancaster e a família York.

    Abraços!

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